Nome:
V.P.T.S.
Idade:
43 anos
Há
quanto tempo leciona: 20 anos
1- Para
você o que é a inclusão escolar?
R: A
expressão “inclusão escolar”, para mim, tem um significado bem amplo. Pode
significar simplesmente inserir a pessoa com alguma deficiência na escola ou
pode significar dar ao deficiente todo apoio necessário para uma completa
aprendizagem.
2-
Com quantas crianças com deficiência você teve a oportunidade de trabalhar?
R:
Muitas com vários tipos de deficiência tanto mental quanto física.
3-
Como os demais alunos da sala recebem o aluno portador de deficiência? Como é o
relacionamento entre eles?
R: Dependendo
da idade, esta recepção se dá de forma diferente. Pela minha experiência, pude
observar que crianças recebem de forma mais pura e sem preconceitos. Já os
adolescentes e os adultos intimidam-se um pouco mais no início. O professor
deve sempre mediar estes relacionamentos com sensatez e referências.
4- O
que você acha da infraestrutura brasileira para atender a demanda educacional
com alunos portadores de deficiência?
R:
Em muitas escolas faltam até a rampa de acessibilidade, até o acesso as salas
de aulas são difíceis, o que encontramos em algumas são banheiros adaptados.
Com relação ao material pedagógico, apesar de saber que existem, não temos
acesso. Procuramos remover barreiras, detectar os problemas e encaminhar as soluções,
exercitamos a cooperação, o compartilhamento de ideias e o respeito à
diferença, visando assim, transformar a escola e construir uma sociedade para
todos.
5-
Qual é o papel do professor no contexto da inclusão escolar?
Proporcionar
autonomia e ensiná-lo para os mesmos fins: cidadão crítico e atuante na
sociedade.
6- E
o papel dos pais? O que você acha que os pais podem fazer para auxiliar os seus
filhos na escola?
Os
pais são importantíssimos neste processo; porém, o professor não pode esperar
que os pais eduquem academicamente os seus filhos. É de responsabilidade do
professor o ensino, as lições e tudo que for pedagógico. Aos pais, coube, cabe
e sempre caberá dedicar carinho, amor e respeito aos seus filhos.
7- Como
está a equipe de profissionais na rede pública?
R:
Na escola pública as coisas não estão melhores, pois as pessoas que estão
tratando da educação não nos ouvem. Ninguém vem aqui para falar assim: Está
funcionando? Vocês estão trabalhando bem? Quem sabe o que é uma escola é quem
está dentro dela.
A
política então, só se lembra da parte social, educacional e da saúde na época
da eleição, ninguém está preocupado com o aproveitamento do aluno. Dependemos
da boa vontade de políticos que na maioria das vezes só se preocupam com sua
autopromoção, por isso há uma epidemia de desinteresse por parte considerável do
professorado publico.
8-
Você acredita na inclusão? Por quê?
R: Acredito
em partes, já que acho que estamos apenas engatinhando. É uma questão muito
complexa e, do meu ponto de vista, tem muitas falhas. Uma criança especial
(independentemente de sua deficiência) precisa de vários estímulos
extra-escolares para que a aprendizagem se efetive. Por exemplo: Uma criança
deficiente visual não aprende a ler e escrever com uma criança que enxerga.
Existe um período preparatório para o Braille, essencial para sua formação
futura. Depois, ela fica silábica por um bom tempo, faz exercícios repetitivos
de sílabas. As estimulações não são visuais, portanto, a sala não é um ambiente
estimulador. São outras necessidades.